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domingo, 18 de outubro de 2009

Os 4 períodos do tráfico de escravos




1º período: O Ciclo da Guiné durante a segunda metade do Sec. XVI


Conhecido como ciclo de Guiné, ocorreu na segunda metade do século XVI e recebeu essa denominação em função da rota do tráfico, que partia da costa oeste da África, ao norte do Equador, região onde hoje está situado o Senegal, Gâmbia e Guiné Bissau. Calcula-se que nesse ciclo tenham chegado ao Brasil entre 50 e 100 mil africanos. Na Bahia, esse ciclo foi pouco representativo.


O número estimado de africanos é de sete mil, em sua maioria, pertencentes às etnias sudanesas.

Ao ciclo da Guiné, seguiram-se ainda, dedicados à exportação de “peças” da costa -se, no transcorrer do século 16, o comércio triangular transatlântico, tendo um dos vértices em Lisboa, o outro na costa da Angola, e um terceiro no nordeste brasileiro. O açúcar irá centralizar as atenções do mercantilismo português e, depois do holandês, quando eles começam a assolar o território do Nordeste, a partir da incursão bem armada de Van Caarden na Bahia, em 1604.

Séculos mais tarde um observador notou que nenhuma daquelas distintas senhoras inglesas que, desde o século 18, deram à freqüentar os salões de chás abertos na capital londrina, podiam sequer imaginar o histórico de sofrimento, humilhação e degradação humana que se ocultava por detrás de cada torrão de açúcar que delicadamente colocavam na sua chávena para adoçar a infusão. Mal sabiam elas o quanto de suor e de sangue havia sido derramado para gerar aquela pedrinha branca e doce.


2º período: O Ciclo de Angola e do Congo no Sec. XVII


Ciclo de Angola e Congo têm início por volta de 1580, mas estende-se até o final de século XVII. O número de africanos da chamada África Austral que chegaram ao Brasil é estimado em 600 mil. Na Bahia, não se sabe ao certo o número de escravos que vieram desta parte do continente africano. Entretanto, pela grande quantidade de navios negreiros que aportaram aqui nessa época, presume-se que tenham chegado um grande número de escravos. O certo é que a maioria deles foi levada para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, instalados na região do Recôncavo. Além de angolas e congos, vieram também nesse ciclo escravos oriundos de Moçambique, todos eles de etnias bantos.



3º período: O Ciclo da Costa da Mina no Sec. XVIII


No final do século XVII, uma grande epidemia de varíola registrada, em Angola, provocou uma nova mudança na rota do tráfico negreiro para o Brasil. O receio de contrair a doença fez com que os traficantes voltassem a buscar escravos na região mais acima, onde hoje se situa Gana e a costa do golfo de Guiné. O ciclo da Costa da Mina perdurou por dois terços do século XVIII. Dessa região da costa africana, calcula-se que tenham vindo para ao Brasil, cerca de 1,3 milhões de escravos, o mais famoso porte de embaque de escravos na região foi a feitoria de São Jorge da Mina, em torno da qual se desenvolveu a atual cidade de Elmina em Gana. A denominação Costa da Mina refere-se, segundo Verger, à dependência do tráfico português ao castelo São Jorge da Mina, uma fortaleza que servia de entreposto para os traficantes, onde os escravos eram trocados por barras de ferro, ouro e fumo.

O hamadas de sudaneses, embora não tenham qualquer ligação com o país atualmente chamado de Sudão. Portanto, para evitar confusão, é mais apropriado chamá-los de oeste-africanos.

No caso específico do Brasil, os escravos desta região eram geralmente desembarcados na Bahia.comércio de escravos na região foi mais intenso durante os séculos XVIII E XIX. Os escravos eram de diversas etnias: nâgos, jejes, fantis e axantis, gás e txis (minas), malês(islamizados),huaçás, kanuris,tapas, gruncis,fulas e mandingas. Como toda a região imediatamente ao sul do Sahara é conhecida como Sudão, estas etnias são também chamadas de sudaneses, embora não tenham qualquer ligação com o país atualmente chamado de Sudão. Portanto, para evitar confusão, é mais apropriado chamá-los de oeste-africanos.

No caso específico do Brasil, os escravos desta região eram geralmente desembarcados na Bahia.


4º período: O Ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850.


A enseada do Benim é uma baía situada na parte setentrional do Golfo da Guiné, a oeste do Golfo da Biafra.

Estende-se ao longo da costa da África Ocidental por cerca de 640 km desde o Cabo St. paul no Gana, até à foz do rio Níger na Nigéria. Os seus principais portos são Lomé, Lagos e Cotonou. Foi um dos locais do comércis de escravos entre os séculos XVI e XIX, sendo a região adjacente ao Delta do Níger conhecida como Costa dos Escravos. Durante a década de 1830 o comércio de óleo de Palma tinha-se convertido na principal actividade económica e foi descoberto petróleo na década de 1950, diversificando-se a economia regional.

O ciclo da Baía de Benin ocorre entre 1770 e 1850, incluindo aí o tráfico clandestino. Nesse período, a forte presença de etnias ioruba passa a ser representativa, principalmente na Bahia, onde desde o ciclo anterior, são encontrados daomeanos, tratados no Brasil pela denominação de jejes, haussás e, sobretudo, os nagôs-iorubas.

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